Ômicron em condomínio

Ômicron em condomínio

Em final de novembro, síndicos e moradores estavam cheios de esperança: um novo ano de aproximava, os casos diminuindo e a vacinação – os mais velhos até na já na terceira dose – aumentando. Corta para janeiro de 2022: o número de casos explodindo nas grandes capitais, muita gente com covid-19 e com a H3N2 (nova cepa da influenza).

A boa notícia é que o número de mortos não acompanhou, nem de perto, o número de casos. A má notícia é que muita gente deixou de se cuidar – e a variante ômicron, mais contagiosa, se alastrou pelo país, em um pico de resultados positivos que já impacta a vida em condomínio.

“Os números não nos deixam mentir, É, sim, o momento de olhar com muito cuidado para os números da pandemia. O síndico profissional deve cuidar para que os seus condomínios sejam locais os mais seguros possíveis”, analisa Rafael Bernardes, síndico profissional e co-fundador do SíndicoLab.

Evite o colapso de funcionários no seu condomínio

“Tenho um condomínio em que oito funcionários estão afastados por covid”, conta Roberto Piernikarz, diretor da administradora BBZ.

“Entre a semana do Natal e do Ano Novo, eu, meu preposto e a subsíndica de um condomínio tivemos que ficar na portaria, pois não havia ninguém para cobrir o posto”, relata Rodrigo Lobo, síndico profissional.

São situações extremas, é verdade, mas o esperado é que o número de casos siga aumentando – o que pode impactar ainda mais no cotidiano do condomínio.

“Nos meus condomínios estamos cortando folgas, aumentando as horas extras e conversando com o pessoal de férias, para verificar se há a possibilidade de volta antecipada”, explica o síndico profissional Nilton Savieto.

Essa é uma boa saída para os empreendimentos com funcionários próprios.

Outra alternativa é contar com os terceirizados, que também podem colaborar para que postos estratégicos não fiquem abandonados, como a portaria do condomínio.

“Esse é realmente um ponto positivo para quem trabalha com colaboradores terceirizados. É a empresa quem deve cuidar para que todos os postos estejam corretamente preenchidos, evitando mais dor de cabeça”, argumenta o síndico profissional Leandro Massari, que afirma que já sente a operação do dia-a-dia dos seus condomínios impactada pela covid.

“A empresa manda o funcionário, mas até ele pegar o jeito, demora. Não é a mesma coisa que poder contar com quem conhece o empreendimento e está ali todos os dias”, reflete.

Testagem e vacinação

Ômicron em condomínio

Todos os ouvidos pelo SíndicoLab concordaram que está complexo testar os funcionários dos seus condomínios – principalmente pelo SUS.

“Essa semana, nem na farmácia havia horários disponíveis, o que acabou sendo mais uma dificuldade para os funcionários se testarem. Acabei pedindo que eles fossem fazer em laboratórios particulares, para termos um positivo mais rápido”, explica Nilton Savieto.

Nestes casos, é o condomínio quem arca com os custos de testagem.

Rodrigo Lobo também tem usado deste expediente para testar – e afastar – os colaboradores o mais rápido possível.

“Infelizmente, fica inviável deixar o funcionário o dia todo na fila, para o resultado sair dali a cinco, seis dias – que é quando o isolamento deveria estar acabando”, argumenta.

Outro ponto citado pelas fontes ao SíndicoLab é a carteira de vacinação, que os síndicos pedem que estejam atualizadas.

“A grande maioria dos funcionários se vacinou normalmente, foram poucos com os quais precisei conversar e pedir que se vacinassem”, relata Nilton Savieto.

O pedido do certificado de vacinação, realmente, já é uma realidade para muitos empregadores do mercado.

“Hoje, temos exigido que os funcionários estejam vacinados. É importante para todos ao seu redor, como colegas e moradores”, aponta Massari.

Moradores de condomínio e a ômicron

Foi pensando na dificuldade de testagem que a síndica profissional Betina Soldatelli firmou uma parceria com um laboratório.

Durante seis dias, o laboratório visitou seis empreendimentos diferentes para testar moradores e interessados.

“Eu, todo ano faço, campanha de vacinação nos condomínios, então, achei que uma campanha de testagem poderia ser uma boa também”, argumenta ela.

O pagamento era feito diretamente à clínica, o que dá mais transparência ao processo.

“Mesmo a adesão não sendo tão alta, acredito que foi muito positivo, essa semana estava difícil conseguir ser testado”, comentou Betina.

Como muitos moradores estão positivos para o covid, os síndicos e administradoras tem sido bastante claros com os pedidos de serem comunicados nesse caso.

“É positivo que avisem à administração do condomínio. Muito mais do que avisar os vizinhos, a ideia é ajudar quem está nessa situação. O zelador pode entregar as encomendas na porta, e os funcionários da limpeza tomam precauções extras com o manuseio do lixo”, explica Roberto Piernikarz.

Comunicação para os moradores de condomínio e a covid-19

Como não há nada de novo em se tratando de prevenção para a ômicron, é fundamental que os síndicos apostem em comunicação clara e direta para os moradores.
“Aqui temos recebido pedidos de síndicos, para reenviarmos materiais de comunicação para as áreas comuns dos condomínios”, relata Luciana Graiche, vice-presidente do Grupo Graiche.

É importante que os síndicos sigam cobrando as boas práticas para evitar a infecção de covid, como:

  • Álcool em gel nas áreas comuns;
  • Marcação de piso para assegurar o distanciamento;
  • Uso do elevador de apenas uma família por vez;
  • Uso correto da máscara em áreas comuns.

Ômicron em condomínio

“O uso de máscara está sendo algo muito difícil de cobrar, as pessoas estão usando cada vez menos, o que é muito perigoso. Já vi moradores que estavam positivados para covid, poucos dias depois na praia, jogando beach tenis e tomando cerveja, sem máscara. Está muito difícil”, assinala Roberto Piernikarz.

Ele conta que já emitiu mais de 100 multas para moradores que não querem usar a máscara nas áreas comuns.

“Os síndicos devem ser claros: o morador deve entender que se não usar máscara, será multado”, argumenta.

O sentimento de muitos síndicos, é que no momento atual, com muitas pessoas vacinadas, está mais difícil de controlar os moradores.

“A pandemia tem sido uma aula de paciência para os síndicos, mas temos o dever se seguir trabalhando e informando os moradores”, acredita Leandro Massari.

Determinação do Estado de São Paulo

Na semana passada, o governo do Estado de São Paulo, recomendou a diminuição em 30% a capacidade de público em eventos esportivos, musicais, festas, e outras atividades que gerem aglomeração.

Para os síndicos que perceberem haver grandes aglomerações em áreas comuns, como salão de festa, churrasqueira e área gourmet, a recomendação pode ser uma saída para coibir esse tipo de situação.

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