Como escolher o sistema de segurança certo para condomínio?
Algumas perguntas fundamentais antecedem essa dúvida, quais sejam: Qual objetivo? Quem fará? Quanto investir? Dentre outras.
O estímulo à hipocondria e à automedicação apresenta como resultado inicial a ilusão de ter encontrado soluções a baixo custo e longa duração. A realidade tem demonstrado o contrário. Basta uma rápida pesquisa para constatar que o número de ocorrências de perdas patrimoniais e principalmente à qualidade de vida dos moradores cresce exponencialmente, apesar de todo avanço e facilidade de acesso à tecnologia.
Por qual motivo preciso investir na contratação de um consultor especializado em segurança, se os fornecedores oferecem as soluções sem custo? A resposta é mais que conhecida: “Não há almoço grátis”. Além do técnico que projeta há todo um contexto que precisa ser considerado para que o condomínio venha contar com um sistema integrado de segurança personalizado, com o melhor investimento, maior efetividade (eficiência + eficácia), maior vida útil e, consequentemente, menor desperdício.
Qual a origem da definição de um sistema de segurança? A necessidade! Parece uma resposta óbvia, porém, esta é apenas a primeira informação que fundamentada na política de segurança do condomínio levará a elaboração de um Plano Diretor que, dentre outros documentos, contemplará um projeto, no qual estarão consolidados os recursos humanos, recursos técnicos, recursos tecnológicos, recursos organizacionais (normas, procedimentos para situações e ações, desde o atendimento às rotinas até às crises e emergências) formando o SIS – Sistema Integrado de Segurança. Portanto, sistema de segurança vai muito além de equipamentos ligados na tomada.
Mesmo assim, considerando apenas a pasta dos recursos técnicos e tecnológicos, deverão ser atendidas algumas premissas conceituais destacadas no livro Segurança para Gestores de Condomínio, página 77 – quais sejam:
Convergência: Contemplar a adaptabilidade, confiabilidade, flexibilidade e menor suscetibilidade à obsolescência tecnológica. Oferecendo visão estratégica e geral ao gestor;
Flexibilidade: Permitir o ingresso virtual ao sistema, independentemente da localização do operador, oferecendo desta forma mobilidade operacional;
Ampliação: Possibilitar expansão e integração do sistema com o mínimo de limitação física ou lógica;
Compatibilidade: Permitir utilização do maior número possível de marcas e modelos de equipamentos do mercado;
Integração: Viabilizar a perfeita conexão dos diversos subsistemas de segurança. Sendo intuitiva e simples para o usuário;
Interconexão: Possuir interfaces amigáveis e diferentes à operação e ao gerenciamento das informações. Opa! Neste ponto encontramos a LGPDP – Lei Geral de Proteção a Dados Pessoais.
Em retorno às origens do Sistema de Segurança, ainda se faz necessária a definição de quais são as necessidades. Seriam estas iguais para todos os condomínios?
As melhores práticas recomendam tratamento personalizado, customizado, adaptável ao público interno (moradores) e externo (visitantes e prestadores de serviços), considerando para tanto, qualquer que seja sua configuração: residencial, comercial, misto, empresarial, logístico, vertical, horizontal, litorâneo, rural, uso intensivo, para veraneio, com poucas ou inúmeras torres ou lotes, dentre tantas outras características.
Em comum a todos eles, destacamos 16 passos para tornar um Sistema de Segurança Confiável:
Contextualizar – Ajustar à realidade, ao momento e ao nível de maturidade.
Inventariar – Documentar a disponibilidade dos recursos.
Identificar – Definir ameaças segundo suas origens (internas e externas)
Analisar – Cada ambiente quanto as vulnerabilidades, recursos e processos
Avaliar – Quantificar o grau de confiabilidade de cada ambiente e no geral.
Projetar – Alternativas conceituais de soluções técnicas e tecnológicas.
Aprovar – Submeter à escolha do projeto conceitual a ser adotado e respectivos recursos financeiros para custeio de despesas fixas operacionais e de investimento (CAPEX, OPEX)
Licitar – rfp contendo memorial descritivo, plantas, planilhas e documentos.
Contratar – Fornecedor homologado e contrato com cláusula de desempenho mínimo.
Implantar – Realização do objeto do contrato, com acompanhamento técnico independente.
Documentar – Consolidar todos os registros técnicos, legais, fiscais e plantas contendo a realidade exata do realizado.
Capacitar – Assegurar domínio e continuidade da operação por meio da retenção do conhecimento.
Testar – Desenvolver planejamento de testes em regime de rotina e em contingências.
Aceitar – Formalização do termo de aceite da conclusão dos termos contratados.
Gerir – Manter, testar, medir e ajustar
Aperfeiçoar – Desenvolvimento da melhoria contínua.
Há quem acredite ter competência para realizar sozinho tamanho desafio.
*Colaborou com o texto André de Pauli