Como deixar mais saudável os ambientes que não possuem circulação de ar puro?
Poucas pessoas podem entrar nas centrais de monitoramento e guaritas blindadas por razões óbvias. Essas áreas de segurança de um condomínio são de acesso restrito e toda a operação para sua manutenção é feita de forma sigilosa. Abrir a porta é algo planejado. Adentrar, apenas na troca de turno. Limpeza e manutenção por vezes, infelizmente, são negligenciadas por medo de situações de risco. Mas o risco está apenas do lado de fora?
Então, aí, chegamos no ponto importante: as pessoas que trabalham em áreas de segurança que eficazmente funcionam acabam por fazer tudo lá dentro. Temos bebedouro, área de lanchinho e banheiro integrados. Temos ar condicionado o qual deve ser limpo periodicamente e cadeiras e bancadas que a cada troca de turno deveriam ser limpos. E para quê esses cuidados? Para que exatamente esse ambiente, que não conta com muita troca de ar, não se torne um criadouro de fungos, vírus e bactérias e todos o usuário compartilhem doenças em comum.
Na pandemia paramos para refletir que todos tocam maçanetas e botões de acionamento. Passamos a usar álcool gel, luvas e protetores plásticos. Restringimos o número de usuários em ambientes fechados. Mas e nossos porteiros, controladores de acesso e seguranças? Se um profissional fica adoecido ele não transmite para os demais já que todos ficam confinados em um mesmo ambiente por muitas horas? A resposta é sim, claro. E por isso mesmo deve-se buscar formas de se limpar superfícies e principalmente o ar que se respira.
Uma alternativa a mais, além da correta higienização dos filtros de ar condicionado e da limpeza periódica das superfícies, é buscar ter um gente de esterilização continua no ambiente. Uma excelente alternativa nesse sentido é a utilização de aparelhos que fazem uso da luz ultravioleta – C.
Parece coisa de ficção científica mas não é. Esse tipo de luz é capaz de matar até 99,9% de ácaros, fungos, vírus e bactérias em ambientes fechados. Vamos lembrar daqueles espirros ocasionados pelo cheiro de cachorro molhado que se sente quando se entra em um ambiente com ar viciado.
Estes sintomas são ocasionados por micro-organismos que estão se proliferando livremente naquele ambiente. Muitas vezes temos apenas uma alergia. Em outras, pegamos infecções mais graves, a depender de que tipo de contaminação temos no ar.
Assim, uma solução que tem surgido no mercado é a luz UV-C adaptada a ambientes fechados. Claro que não é algo simples, envolve muita tecnologia e poucas empresas no mundo estão adaptadas. Mas aconselho o gestor consciente a buscar informações, pois isso pode melhorar as condições de trabalho e evitar surtos de doenças graves. E não apenas devemos pensar nas guaritas e centrais de monitoramento.
Muitos empreendimentos possuem áreas de copa para os funcionários em locais insalubres, com cheiro de umidade e mofo. Ter a possibilidade de eliminação de micro-organismos que se proliferam nesses ambientes é algo que melhora muito a qualidade de vida das pessoas e dessa forma deve ser uma preocupação do síndico consciente.
Devemos ter em mente que o síndico é a pessoa que tem a chance de possibilitar a convivência salutar entre as pessoas, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e gentil.
Lígia Ramos é síndica profissional, arquiteta e bióloga.