Carros Elétricos em condomínios? 3 passos para o sucesso
Para aqueles que querem fazer a instalação de pontos de abastecimento de carros elétricos em condomínios, temos um passo a passo para garantir que essa importante e dispendiosa modernização ocorra de forma legal, planejada e segura.
Passo um: Em primeiro lugar, vamos abordar o aspecto legal. Certo é, que se realizada de forma adequada, a implantação de pontos de abastecimento de energia elétrica para veículos irá proporcionar comodidade e valorização ao empreendimento.
Porém, devemos lembrar que para uma intervenção dessa natureza em área comum, correto é se observar o quórum mínimo de aprovação de 2/3 dos proprietários da unidades condominiais. Vale salientar também que a apólice de seguro e o AVCB devem contemplar essa alteração. Ainda deixar bem claro que cada um deverá arcar com as despesas de abastecimento de seu veículo. Em hipótese alguma, haverá disponibilidade dessa facilidade apenas para alguns, por falta de carga disponível. Garantir a isonomia é um aspecto fundamental a ser considerado na gestão condominial.
Passo dois: Vencidas essas etapas, vamos aos aspectos técnicos. A maioria dos prédios não está preparada para receber os carregadores veiculares. As edificações são desprovidas de infraestrutura para a passagem do cabeamento necessário, e mesmo que possuíssem, quem garante que a carga disponível seria suficiente para o abastecimento de todos aqueles que querem ter seus carros recarregados?
Mas vamos imaginar que tenhamos carga. Agora o ponto seguinte é criar uma maneira de cobrar apenas de quem faz uso do serviço e, dessa forma, um cabo com calibre adequado ( esse dimensionamento deve ser feito por engenheiro elétrico, pois depende de vários fatores, sendo um deles a distância) deve partir do medidor de energia que regula o abastecimento da unidade do dono do veículo, e chegar até a sua respectiva vaga de garagem, seja ela no subsolo que se encontrar.
Alternativamente, caso opte-se por um ponto central único para todos os moradores, o cabo sairia do medidor da área comum até o ponto de abastecimento localizado também em área comum e, via um sistema de software, seria feita a aferição do consumo e a respectiva tarifação para cobrança de cada morador que fizesse uso da recarga. Ter um ponto único vai requerer a criação de regras de uso, de tal forma que todos tenham assegurado igual direito, mesmo que haja fila de espera ou sistema de agendamento.
Claro que a situação ideal é ter pontos individuais de abastecimento. Porém a maioria dos empreendimentos imobiliários não são entregues com sobra de carga elétrica. Pedir um aumento de carga à concessionária, além de moroso, pode implicar em gastos gigantescos com cabeamento, troca de transformador e eventualmente até adequações do centro de medição caso esse não tenha sido aprovado dentro da legislação vigente ( em São Paulo o Lig BT de 2014 ). Dessa forma, a estratégia é utilizar a carga destinada a cada unidade, na medida em que haja sobra. Durante a noite, onde eletrodomésticos não são utilizados há a sobra da carga a qual pode ser utilizada para a carga dos veículos. Porém, para que isso ocorra, o modelo do carregador deve trabalhar com esse nível de inteligência, ligando apenas caso haja carga disponível para sua utilização. Já existem alguns modelos no mercado nacional que atendem a essa demanda. Infelizmente não necessariamente os fornecidos pelos fabricantes dos veículos, o que pode gerar um stress adicional ao morador que já possui o modelo que acompanha algumas marcas de veículos.
Passo três: Por último então, superada a questão da carga, o condomínio deverá ratear os custos da implantação da infraestrutura para passagem de cabeamento, incluindo furos técnicos em elementos estruturais ( por empresa especializada e com emissão de ART específica ) que eventualmente sejam necessários e deixar a cargo de cada morador, os custos do cabeamento e do carregador veicular.
Tudo isso porém deverá estar contemplado em projeto feito por engenheiro e caberá ao condomínio fiscalizar que cada usuário faça a instalação de seu carregador dentro das normas e com a supervisão técnica de uma empresa especializada.
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